terça-feira, 17 de julho de 2012

Lanices na arrumação de casa


    Como é que eu começo um post depois de ver que faz 1 ano e 3 meses que eu não posto absolutamente nada? Fazendo de conta que esse tempo não existiu e escrevendo como se o último post tivesse sido ontem, óbvio! Rsrsrs...

    Há umas 2 semanas atrás - não lembro se quando eu cheguei em casa da rua ou se quando acordei, olhei pra minha casa e concluí: ESTOU MORANDO NUMA ESPELUNCA! Fiquei pensando repetida e compulsivamente: “como estou morando nessa bagunça até hoje?? Como deixei as coisas chegarem a esse ponto??”. Não vou nem comentar o tamanho da culpa e dos pensamentos do quanto eu sou uma péssima e incompetente dona de casa. Se você já olhou pra sua casa e pensou o mesmo, sabe exatamente do que eu estou falando. Se isso nunca passou pela sua cabeça, saiba que quando eu crescer quero ser igual a você.

    Quando eu digo “espelunca” não sei o que vocês imaginam, mas a situação aqui era grave. Pilhas de roupas em cima das cadeiras da mesa de jantar, sapatos masculinos diversos espalhados em frente à TV (não citarei os responsáveis...rsrsrs), UM VARAL DE CHÃO NO MEIO DA SALA (ok que é por causa da chuva, mas sem comentários), um quarto inteiro inutilizado servindo de depósito e com o chão forrado de caixas, e eu quase caindo toda noite ao ir pra cama pois ela estava rodeada de.......caixas, de novo. Que raiva de caixas, essas de mudança. Quando fui arrumar a mudança pra cá já tive a certeza que não gostava delas, mas agora peguei raiva, mesmo.  

    Respirei fundo e decidi que meu objetivo agora seria ter um ambiente mais habitável. Comecei a sonhar com o dia em que meus cuidados em relação à casa estarão relacionados à posição dos quadros, à localização dos enfeites, à necessidade de decidir entre uma almofada verde ou marrom, uma foto P&B ou colorida pro porta-retrato novo, e assim por diante. Vocês acham que isso não acontece com nenhuma mulher? Pois eu tenho certeza que acontece. Ando vendo uns blogs de organização de casa que uma amiga minha mandou, e cada vez tenho mais certeza disso. Tem gente que consegue ter uma casa impecável nesse nível sim, e é claro que esse não é o meu caso.  Mas como eu disse, tudo isso é sonho. Voltando à realidade, decidi que meus objetivos possíveis seriam: conseguir pisar no chão por toda a casa, não tropeçar em nada, não entrar em pânico ao pensar em receber alguém, ter documentos dentro de gavetas, sapatos dentro de sapateiras, blusas empilhadas em prateleiras, casacos em cabides, e usar o 2º quarto como.....quarto de visitas!! Pra você parece fácil, né?

    Comecei minha saga na semana passada pelo guarda-roupa, lugar que eu julguei ser o menos assustador pro choque não ser tão grande.  Até o momento, tirei as seguintes conclusões dessa experiência:

- é um mal assolador ficar assistindo os programas de organização de casa do Discovery Home & Health. Definitivamente. Fico sonhando a cada minuto com uma visita daquele povo que chega na sua casa e decora, pinta, transforma tudo. Candice Olson fazendo projetos na minha casa (com toda a equipe dela) é o sonho máximo, mas aceitaria qualquer um daqueles programas. Se eles não podem vir até o Brasil fazer uma experiência na minha casa, uma personal organizer JÁ ESTARIA DE EXCELENTE TAMANHO.

- ter uma empregada todos os dias também passou a ser um sonho de consumo. Tá bom, se não todo dia, 3 vezes por semana já seria muito perto de um sonho. Adoraria nunca ter louça acumulada, ter o pó sempre tirado, as toalhas dobradinhas e uma ajuda na manutenção da minha residência. Mas a realidade é que ultimamente encontrar alguma que efetivamente VENHA 1 vez por semana, falte só de vez em quando (e AVISE!),  e que quando finalmente vem faça de fato alguma limpeza, já está sendo um sonho quase impossível.

- meu programa de TV certo não é sobre arrumação de casa nem muito menos sobre transformação de visual, que eu também adoro (mais do que os de casa), e sim aquele chamado “ACUMULADORES”. Isso mesmo. Nesses 10 dias fazendo arrumação descobri que sou uma acumuladora, olha que beleza! Mais precisamente, sou uma acumuladora de bugigangas (top number 1 nas paradas!) e de papéis. Quando eu digo bugigangas, estou falando de caixas e caixas de coisas tão diversas que não consigo nem explicar qual o nível de bugiganguisse. Só digo que começa com infinidades de shampoos/condicionadores/toucas de banho/tudo o mais que dão de graça em hotéis. É daí pra baixo. Minha capacidade de acumular inutilidades dos mais diversos fins me impressionou. Também tinha coisas pra facilitar a minha vida em qualquer aspecto imaginável, mas é realmente muito útil ter todas essas coisas GUARDADAS, né? Ainda estou processando porque a quantidade foi um choque, mas já estou mais conformada. E os papéis? Tinha entradas de passeios, cinemas (nada contra guardar um ou outro ingresso de algo MUITO legal, mas tudo contra guardar TODOS os ingressos de tudo que eu já fui nos últimos anos), cupons fiscais, 3 ou 4 cópias de coisas como contratos de trabalho de 10 anos atrás...Um verdadeiro fiasco. Sou uma acumuladora.

- as coisas se multiplicam. Não é imaginação da minha cabeça, é um fato. As coisas que ficam guardadas vão se reproduzindo de forma desconhecida, até o dia que você resolve mexer nelas e encontra um monstro. Se alguém descobrir estes mecanismos de reprodução, favor compartilhar.

- querer fazer tudo de uma vez é insanidade. ARRUMAÇÃO CANSA MUITO, e ainda bem que desde o começo eu já tinha enfiado na cabeça que faria um pouco cada dia, por partes, senão teria ficado muito frustrada nos primeiros dias já que as mudanças visuais são pequenas no início.

- não adianta ficar me enganando e só transferindo as coisas de lugar. Eu me peguei fazendo isso várias vezes. Tem algumas etapas da arrumação (leia-se: desocupar caixas cheias de tralhas e miudezas) que são MUITO chatas, daí eu começava a mexer naquilo já injuriada, em 5 min já estava planejando jogar a caixa pela janela (outro pensamento repetido e compulsivo), e quando decidia que aquilo talvez não fosse muito inteligente, fazia coisas como encontrar uma caixa bonitinha e enfiar tudo dentro. Não dá. Até porque, como eu já disse ali em cima, as coisas se multiplicam e um dia essa caixa bonitinha irá virar uma caixa de mudança cheia, das que eu peguei raiva. Certeza.

- às vezes eu queria muito ser como essas pessoas que são total simple life, e vivem com absolutamente o necessário. Tá, eu sei que não teria tanta graça, mas que com certeza é infinitamente mais prático, é. Eu teria 2 pares de brincos, 3 pares de sapato, viveria com a CNH, o título de eleitor e a certidão de casamento, e na minha casa teria 1 porta-retrato. Uma paz. Como eu não sou – e já deu pra ver que estou muito longe disso, continuo aqui firme e forte no meu projeto “casa decente imediatamente!”.

    Obrigada a você que leu pacientemente meus desabafos e lanices sobre a minha casa. Como já deu pra notar, não tenho a menor condição de dar dicas de como manter uma casa arrumada, mas talvez eu não seja a única nesse mundo a ter todos esses pensamentos. Se por acaso você está achando tudo isso um absurdo, me achando o ser mais desorganizado do mundo e for dotado(a) de todas as habilidades de arrumação de casa que agora considero valiosíssimas, espero que tenha se comovido com meus relatos e venha na minha casa (que NÃO está mais uma espelunca!) me ajudar a colocar etiqueta em caixas organizadoras, me dizer que a planta que eu coloquei em cima da mesa não pode ficar ali porque polui o ambiente, e todas esses conselhos e ajudas que só vocês podem dar, já que sozinha é evidente que nunca chegarei à tais conclusões.

sábado, 30 de abril de 2011

O dia em que eu também fui uma princesa

     Como eu disse no post anterior, eu de fato acompanhei o máximo de coisas que consegui a respeito do casamento real. Acho que é sim um encanto pessoal meu ver acontecendo de verdade, na vida real, o sonho mais lindo dos contos de fada: a união da princesa e do príncipe. Sinceramente eu achei tudo LINDO, impecável. Fiquei muito grata por poder assistir e acompanhar tudo em alta resolução e no conforto e calor do meu sofá, do meu pijama e da minha cobertinha. Melhor, não poderia ser. Como eu disse ontem, não tenho vocação pra ser figurante e ficar em pé no meio de uma multidão sendo espremida, passando frio, sem enxergar nada, só pra ver a cabeça de um cavalo ou uma roda da carruagem passar. Mas ainda bem que existe ao menos 1 milhão de pessoas que NÃO pensam como eu! Do contrário, o evento certamente teria perdido um grande fator de emoção, que é a comoção e mobilização popular.

     Mas meu post não é pra discutir ou encher as linhas com minhas opiniões sobre vestidos, chapéus, fascinators, e por aí vai...Quem quiser saber minha opinião especificamente sobre alguma coisa, que me pergunte. Como disse acima, minha opinião no geral é que foi tudo per-fei-to. Tive a sensação de ter acordado depois de ter sonhado com um conto de fadas. Mas no meio desse meu deslumbramento todo, teve algo muito especial que me marcou e me emocionou.

     Quando comecei os preparativos para o meu casamento, desde o começo fiz questão de deixar muito claro para os meus pais que o casamento era meu e não deles, e que, portanto, as opiniões e decisões que prevaleceriam seriam sempre as minhas. Sábios como eles são, não perderam tempo discutindo comigo sobre isso. Porém não deixavam também de expressar suas opiniões e gostos a cada passo que era tomado, sempre deixando claro suas preferências e desejos. Graças a Deus no meio do caminho eu fui me dando conta de algumas coisas, e muito felizmente pude mudar minha atitude a tempo, ao invés de ter ficado apenas com o arrependimento se percebesse estas coisas após o casamento já ter acontecido. E do que eu me dei conta? Simples: me dei conta de que o casamento não era só meu e do Henrique, não. O casamento era sim dos meus pais e dos pais dele, também. Sim, eles já tiveram a oportunidade de fazer o casamento deles do jeito deles, mas casar um filho, “entregá-lo” para o seu cônjuge e deixá-lo ir para começar uma nova família é outra coisa. Eu sei que não existe uma escala de maior ou menor importância entre casar um filho ou uma filha, mas acredito que no processo de organização do casamento nos meses que o antecedem, o envolvimento e a emoção da família da noiva são diferentes, sim. No meu caso, que sou a única mulher de 3 irmãos e a caçula, isso era evidente. Meus pais já haviam casado todos os meus irmãos. Mas agora, ser o pai da noiva e a mãe da noiva era de fato muito diferente pra eles. Falo sem vergonha alguma que fui uma mulher criada para casar, e que portanto, o meu casamento seria o ápice da minha vida. Seria, para os meus pais, o final de uma jornada que durou 29 anos e que envolveu não só toda a minha educação, disciplina, formação de valores e dedicação da parte deles para que eu me tornasse uma mulher decente, mas envolveu também, desde minhas primeiras horas de vida, um sonho deles. Muito antes de eu saber o que era casamento e entender o significado disso, eles já sonhavam com este momento. Muito antes de eu entender o que era amor, companheirismo, dividir a vida com o outro, eles através da educação que me davam já me preparavam pra um dia entender as coisas como eu entendo hoje. Portanto, é muito justo dizer que o meu casamento era pra eles uma realização tão grande quanto a minha, senão até maior, já que eles começaram a sonhar com esse dia muito antes que eu. Meu pai nunca escondeu de mim o sonho que tinha de me conduzir pela igreja. Minha mãe começou a fazer meu enxoval quando eu tinha por volta de uns 12 anos, quando eu sequer sabia o que era isso. E agora chegava eu, do topo da minha arrogância, e dizia que o sonho era meu e não deles? MUITO errado, muuuuuuuito...

     Entender tudo isso enquanto os preparativos ainda aconteciam foi fundamental e é algo do qual eu me alegro muito, pois a partir daí tudo passou a ter um significado completamente diferente para nós três (eu, meu pai e minha mãe). Nos últimos meses, a maneira de nos tratarmos e o clima que pairava em nossa casa eram completamente novos, únicos. Quantas e quantas vezes, após ir ao quarto deles para dar boa noite, eu voltava para o meu sem conseguir segurar as lágrimas. Eu nunca contei isso, mas um dia, voltando do meu trabalho em São Paulo, quando fui chegando perto de casa eu parei o carro na frente de uma casa e chorei, chorei... Poderia ficar horas aqui contando sobre os momentos em que precisei disfarçar meus olhos e nariz vermelhos, e sobre os que eu também fiz de conta que não estava vendo um olhinho vermelho aqui, uma fungadinha ali. Eu sentia uma saudade antecipada, um misto de alegria com aperto no coração por deixá-los, um arrependimento de pensar que tantas coisas poderiam ter sido diferentes entre a gente, uma tristeza por ter reconhecido neles alguns méritos que deveriam ter sido reconhecidos por toda a minha vida e nunca deveriam ter sido questionados... Enfim, foi um tempo alegre mas sobretudo envolto em muita, muita emoção à flor da pele.

     Mas o que eu quero contar é que eu tomei uma decisão muito importante ao pensar e refletir sobre todas estas coisas: após ter entendido o QUANTO esse momento significaria pra eles, eu decidi conscientemente fazer tudo que estivesse ao meu alcance para que eles pudessem participar ao máximo. Eu queria que minha mãe tivesse todas as sensações de uma mãe de noiva. Eu queria que meu pai tivesse toda a emoção e aperto no coração de um pai de noiva. E pra que isso acontecesse, eu fiz questão de dividir tudo que estava acontecendo, cada detalhe, e de deixá-los opinarem em todas as decisões e escolhas que eu e o Henrique fazíamos. Uma outra hora posso falar melhor sobre esse assunto se alguém quiser, mas hoje estou escrevendo esse texto pra falar em especial de uma decisão que eu tomei e de duas escolhas que meu pai fez que mexeram muito comigo  ao assistir o casamento real ontem.  

     Minha decisão foi ter escolhido meu pai para fazer a parte das alianças e da benção. Como vocês sabem meu pai é pastor, e pra todo mundo pode parecer óbvio que meu pai participasse como pastor, mas pra mim não era. Durante muitos anos da minha adolescência, ao sofrer com alguns infortúnios que uma filha de pastor sofre, eu dizia repetidamente que no meu casamento eu queria meu PAI ali, não o pr. Marcílio que por acaso também é meu pai. Não acho que eu estava de todo errada. Ter que dividir meu pai (e minha mãe também) ao longo de toda a minha vida com a igreja, com as necessidades das pessoas que a freqüentavam e com o papel de líder que ele exercia não foi nada fácil. Como eu dizia, minha mãe escolheu ser esposa de pastor mas eu não escolhi ser filha, portanto era difícil entender porque eu deveria passar e viver determinadas situações, sofrer algumas pressões e ser tão exposta como eu era no meio que eu convivia. Mas na época do casamento, pensando em como eu gostaria que fosse a ordem do culto e no quanto eu estava buscando que cada coisa, cada momento tivessem significados muito especiais pra mim e pro Henrique ao invés de simplesmente seguirem o costume do momento (eu odiava e continuo odiando com todas as minhas forças a frase “Ah, é assim que costumam fazer...” pra qualquer parte do casamento), me dei conta de que ter diante de nós dois o MEU PAI para conduzir os dois momentos mais importantes da cerimônia era um presente ENORME, tinha um significado IMENSO, era um privilégio, uma BENÇÃO sem tamanho!!  Me dei conta do QUANTO seria emocionante para ele viver as sensações de um simples pai de noiva que sonhou em entrar com sua filha na igreja e agora teria que entregá-la para um rapaz, e ao mesmo tempo ter autoridade diante de Deus e das pessoas para conduzir o momento mais sério e importante da cerimônia que é o momento do compromisso, das promessas que faríamos um ao outro diante de Deus e de todos, seguidas pela troca de alianças. Aliás, para quem não sabe, nossas alianças são uma réplica exata das alianças dos meus pais. Este foi um pedido meu para o Henrique, como forma de simbolizar a extrema admiração que tenho pelo casamento dos meus pais e meu enorme desejo de aprender com eles e através deles como ter um casamento completamente feliz, sólido, bem estruturado e maduro como eles tem. E, para encerrar a cerimônia, nos ajoelharíamos e teríamos acima de nossas cabeças as mãos de um homem escolhido por Deus para ser referência de vida cristã, um homem que dedica todos os aspectos da sua vida para servir a Deus e ao próximo,  um homem a quem Deus deu a responsabilidade de ser líder, de ser um pastor de ovelhas,  um homem que honra essa missão recebida com uma integridade que nunca encontrei igual, e estas mesmas mãos seriam também as mãos de quem me gerou, do pai que me criou, me educou, me ensinou, me corrigiu, mas sobretudo que sempre me amou com o maior amor de pai do mundo todo e que pediu a Deus por tantos anos o privilégio de ver este momento tão importante na minha vida acontecer.  Nunca terei como explicar para vocês o que de fato eu senti na hora do casamento, e o quão feliz eu sou por ter feito essa escolha. Sou conhecida por as vezes ser exagerada, mas não é exagero algum da minha parte dizer que o momento em que ele chegou na nossa frente, enquanto meu irmão tocava ao fundo uma música extremamente significativa cuja letra fala do Deus de promessas que faz nossos olhos verem o impossível acontecer, foi o momento mais emocionante de toda a minha vida. O primeiro a chegar na nossa frente foi o Marcílio pai. O pai que estava com os olhos vermelhos e pequenininhos, sinais que seu corpo dá quando seu coração transborda de emoção, o pai que pela primeira vez na vida eu vi gaguejar/titubear nas primeiras palavras que deu, o pai que desejou e sonhou TANTO com este momento como eu sei que ele sonhou. Rapidamente, no entanto, ele se recompôs e ali na nossa frente falou o pr. Marcílio, servo de Deus fiel e respeitado, que foi a testemunha mais próxima do compromisso que assumimos diante de Deus e de todos, a quem Deus deu autoridade para nos declarar marido e mulher , e cujas mãos sobre nós representaram a benção e aprovação de Deus na nossa união.

     As duas escolhas que meu pai fez foram menores, mas igualmente cheias de significado. Perguntei como ele gostaria de entrar na igreja comigo, e sua resposta imediata foi: “Com você ao meu lado esquerdo, meu braço esquerdo levantado simbolizando o lado do coração, e sua mão sobre a minha simbolizando proteção, cuidado.”. Perguntei também se ele preferia que repetíssemos os votos, ou se ele gostaria de falar os votos e nós responderíamos apenas o “Sim”. Ele escolheu a segunda opção, e assim fizemos. Ontem, ao assistir ao casamento real, confesso que meu coração pulou pela boca quando vi a forma como Kate Middleton entrou na igreja com seu pai. Não sabia que era um costume britânico, mas também achei lindo o fato dele permanecer ao lado dela durante toda a cerimônia, simbolizando o pai entregando sua filha.

     O meu pai nunca teve a vida que o Sr. Middleton tem. Ele nasceu e foi criado na roça, numa família de origem extremamente simples.  Meu pai nunca teve lições sobre etiqueta e protocolos, quanto mais da realeza. Meu pai nunca foi instruído de que essa ou aquela forma eram as mais elegantes de se conduzir uma filha ao altar. Meu pai nunca participou de um evento que tivesse um décimo da importância do evento de ontem. Meu pai não recebeu ordens do cerimonial sobre o que e como fazer. Meu pai apenas escolheu o que achava mais bonito, o que pra ele seria mais significativo, o que o deixaria feliz. Sem saber, naquele dia meu pai foi um verdadeiro rei com toda a pompa e autoridade que um rei possui, e fez de mim uma princesa real cujo casamento teve protocolos dos mais nobres, e cuja história teve um final muito, mas muito feliz ao lado do meu príncipe. 









segunda-feira, 25 de abril de 2011

Então, né...

(eu pensando em como começar um post, depois de 1 mês e uns tantos dias sem escrever aqui......
melhor pular aquela parte de pedir desculpa, de prometer que vou mudar, etc, né?
ok. desse jeito ninguém se sente enganado com minhas falsas promessas - inclusive eu.)

     O assunto de hoje é o mesmo do post anterior, e meu objetivo é continuar falando sobre ele por um tempo: minhas lanices. Contei pra vocês que comecei a fazer uma lista no meu celular cada vez que lembro de uma lanice, né? Pois é. A lista já está no número 64. Sério, 64 lanices! Se eu falar de umas 3 por post, já tenho assunto garantido pra mais de 20 posts. Não um seguido do outro né, senão fica mega boring, mas ainda tenho mui-to assunto antes de fechar meu blog.
     Bom, vamo lá...

     * Tudo que eu faço tem que ter uma introdução. Não sei por quê... Pra contar uma história, pedir um favor, explicar alguma coisa, e claro, começar um post, podem reparar: eu sempre tenho que dar um “overview” da situação antes. Pra que, né? Não tem necessidade! Vai entender (e se vc conseguir, me conta)...

     * Meu marido anda dizendo por aí que eu estou obcecada pelo casamento real. Calúnia e difamação isso, a verdade não é exatamente essa. É LÓGICO que eu estou interessada no casamento real! Quantas vezes na vida a gente tem a chance de ver conto de fadas de verdade? Melhor que isso, quantas vezes na vida a gente tem a chance não só de ver o casamento de um príncipe, mas de contar com o serviço de todas as emissoras correndo pra divulgar alguma notícia nova que as outras ainda não tenham divulgado a cada minuto? Adoro, é fantástico! Eles fazem o trabalho deles e eu garanto que faço o meu direitinho: sentar no sofá com Chee-tos requeijão e me divertir. E já entrei com o protocolo de 3 vias e estou esperando sair a assinatura e o carimbo do aval pra dormir no sofá de 5ª pra 6ª. 

     *Quero dar minha opinião sobre a Kate Middleton. SIM, é, MAIS UM ser na face da Terra emitindo comentários sobre o assunto. Mas é que aqui eu falo uma vez só e todo mundo fica sabendo minha opinião... Não é ótimo? Ter um blog ajuda quem tem preguiça verbal! E minha opinião sobre ela é: pouco me importa se ela tinha ou não tinha pôster do príncipe William na parede qdo era criança, assim como também pouco me importa se os pais dela de fato a matricularam na tal universidade pra que ela caísse matando em cima do príncipe. Temos que analisar os fatos, e contra fatos não há argumentos (adoro essa frase): ela tem todo o mérito da coisa, vai... Gente, vamos combinar que chamar a atenção de um príncipe qualquer, mesmo se ele fosse um ogro, não é pra qualquer uma (eu, particularmente, achava ele bonito quando ele tinha cabelo. O cabelo se foi e eu passei a achar ele ok, nada mais.). Imaginem o TANTO de mulher que já passou na frente desse homem, inclusive e principalmente qdo ele tava na facu, com a imprensa tendo a decência de deixar o moleque viver em paz... Sério, se nós meros mortais andamos nas ruas e vemos mulheres irritantemente perfeitas e lindas, IMAGINEM um príncipe? (P.S. desculpa interromper o assunto, mas O QUE É A ABERTURA/FECHAMENTO DESSA NOVELA ‘MORDE & ASSOPRA’?? A que ponto a TV brasileira chegou, minha gente?? NÃO, né?) Voltando: eu acho que a Kate tem sim o mérito de ter conquistado o príncipe, sim. Isso pra mim é fato. É fato também que quando ele terminou com ela, ela mandou o recado que toda mulher gostaria de dar de forma digna (que não envolva SMSs, ligações de madrugada, e-mails enormes e inconvenientes descrevendo seu sofrimento, etc) qdo um ex termina com ela: “Olha o que vc perdeu, mané!”. Só tem uma pequena diferença entre ela e o resto das mulheres: ela teve só a imprensa mundial pra mandar o recado pra ele. Só isso. Se ela que é inglesa, contida, discreta, blá, blá, blá, fico só imaginando o que aconteceria com a imprensa mundial a serviço de certas mulheres... Bom, deixa pra lá. Por último, quero falar que acho que ela se veste super bem, acho que ela é linda e clássica, escolhe muito bem as combinações que usa, ainda não deu nenhuma gafe (ok que achei o vestido do noivado meio ‘blah’, mas gafe não foi) e ainda tem um nome lindo e super forte: Catherine Elizabeth. Se com esse nome ela não conseguir ser rainha, não quero nem pensar no que “Lana Rubia” pode fazer por mim...

     Chega, por hoje é só. Daqui pra frente os posts vão ser assim, curtinhos mesmo – ou não!


P.S.: Preciso agradecer os comentários que vcs deixam aqui. Leio todos, às vezes demoro a autorizar pque eu esqueço (post anterior, Dory, lembram?), mas queria dizer que eles são muito especiais, e acreditem ou não: sempre chegam em horas especiais, também. Sério. Muito, muito obrigada pelo carinho de vocês!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lanices

      Só de procurar o Word na lista de programas do computador pra começar a escrever, já tô sentindo vergonha. Gostaria muito de ter uma desculpa convincente pra apresentar a mim mesma e assim justificar o motivo de tanta demora entre um post e outro, mas não tenho. É lamentável! Eu gosto de escrever, estou com tempo disponível pra fazer isso, sempre penso em um monte de assuntos pra falar aqui, mas acabo não fazendo nada e os assuntos vão passando.
      Alguns dias me esqueço do blog, confesso. Coincidência ou não, justamente nestes dias eu recebo mensagens de pessoas inesperadas fazendo algum comentário legal sobre o meu blog. Nas últimas semanas, quem comentou foi uma amiga e dias depois um amigo. Não tinha contato com nenhum dos dois há muito tempo, e jamais imaginaria que eles passeassem por aqui. Fiquei super feliz, é mesmo uma coisa muito gostosa receber comentários sobre as coisas que eu escrevo. Mas daí só fico com mais vergonha pela demora! E eu não quero ninguém dando justificativas por mim, hein...
      Ontem a noite tive uma insônia das BRABAS. Resolvi não tomar toda a dosagem que eu deveria dos medicamentos que ando tomando porque fico muito grogue no dia seguinte, e deu no que deu. E além da insônia total, pra ajudar, eu tava mega agitada. Quando isso acontece, fico impossível. Não consigo parar quieta em lugar nenhum, mas o pior mesmo é a minha cabeça. Eu penso penso penso penso penso penso penso sem parar, e um moooooooooonte de coisas ao mesmo tempo. Ontem consegui me segurar na cama até umas 4 da manhã (o que foi MUITA coisa!). O-DEI-O  deixar o Henrique na cama sozinho. Mas ontem não agüentei. Levantei e vim pro sofá, acendi o abajurzinho vermelho e voltei a ler meu livro. Estou lendo “O Diário de Anne Frank” agora. Como é impossível eu pensar numa coisa só, enquanto lia comecei a pensar nessa história do blog, de eu demorar pra escrever, e pensei que isso é bem uma lanice. Não significa que outras pessoas não façam isso e eu seja a única, não. É até bom eu dizer isso, porque aproveito e defino o que é uma lanice.
      Lanices são pensamentos, atitudes, opiniões, gostos, comportamentos que em separado não tem nada de incomum e nem são anormais. Várias pessoas se identificam e também tem alguns deles. Mas eles passam a se tornar “lanices” quando fazem parte do todo que me define, que me faz ser como sou. E vou falar uma coisa: eu gosto de várias das minhas lanices! Melhor ainda, me divirto com várias delas, dou risada de mim mesma. Acho que isso é bom, não é? Me falaram que é. Mas não gosto de todas, não.
     O título desse blog é “Dona Lana e suas lanices...”. Os posts anteriores foram todos com cara de dona Lana, eu acho. Pois então hoje resolvi contar sobre algumas das minhas lanices. Na verdade foi de madrugada que eu tive essa idéia. Como eu NUNCA me lembro das boas idéias que tenho na madrugada, fui anotando no bloquinho de notas do meu celular algumas das lanices que me vieram à cabeça, só pra eu não esquecer. Outras, tenho certeza que vou colocar à medida que escrevo. E em posts futuros (sim, porque eu continuo acreditando que tomarei jeito algum dia) colocarei mais e mais lanices. Posso repetir algumas delas, mas isso é uma lanice, também.
      Pois bem, vamos às lanices!

      *   Sou extremamente desastrada e me atrapalho com coisas muito pequenas. Às vezes vou pegar uma bacia debaixo da pia e ela não tem nada em cima, mas eu consigo derrubar o que tá em baixo. Acho que dá pra imaginar o que acontece quando vou pegar uma panela que está bem no meio da pilha, com outras panelas embaixo e outras em cima... Todo mundo se assusta com o barulho, mas eu já tô acostumada. Mas não são só coisas barulhentas que caem da minha mão não, eu consigo me atrapalhar com um envelope, uma chave, uma blusa. Acho incrível.

*   Na maioria dos dias que o Henrique chega em casa, eu estou na cozinha adiantando a janta. Quando ele chega sou tomada por uma imensa alegria e euforia, o que diminui ainda mais a minha pouca coordenação e faz com que eu derrube e bata tudo que eu tinha conseguido não derrubar e bater até então. Ele nunca me disse isso, mas percebo no olhar dele que lá dentro ele se pergunta o que deve acontecer com a casa quando ele está fora...

           *    Dentro do tópico “desastres”, está também o fato de eu ter zero noção corporal e espacial. Isso significa que eu não tenho noção da dimensão do meu corpo, e essa falta de noção resulta em roxos quase que diários desde a perna até em partes mais difíceis de compreender, como por exemplo, meu ombro. Uma vez, tive a capacidade de bater com tudo meu tornozelo numa quina de parede. Fiquei pensando em quanta habilidade eu precisei pra enfiar justo esse ossinho (que no meu caso nem é muito saliente) na parede... Coisas como bater a cara no vidro ao olhar pela janela que eu mesma fechei, prender minha mão na porta do armário ao fechar e outras assim são corriqueiras, então nem contam. Outro dia fui sentar na cama com meu laptop, e a cama acabou. Óbvio que fui parar no chão e como o espaço da cama até a parede é pequeno, fiquei em formato de V. O Henrique morreu de rir ao ver só os meus pés pra cima. Já a minha falta absoluta de noção espacial faz com que eu não tenha capacidade de compreender quantidades como centímetros, metros, e por aí vai. Quando alguém me diz que algo tem 3 metros, não tenho noção alguma do tamanho disso. 3 centímetros até tenho, pque sei que é algo pequeno. Se entrar em metro quadrado então, só piora. Se me falarem que um quarto tem 2x2 ou 20x20 entendo que o de 20x20 é maior, mas continuo tendo zero noção do tamanho de um e outro. Deve ter gente se perguntando como que eu dirijo, né? Pois é, até eu tenho essa dúvida. Mas acontece alguma coisa quando eu dirijo, e por alguma razão eu tenho o mínimo de noção, sim. Não adoro fazer balizas, isso é fato, não só porque eu nunca sei o quão pouquinho mais eu posso ir, mas porque entra outra lanice aí, que é o fato de eu ser neurótica e querer ficar arrumando o carro até ele estar perfeitamente estacionado. Mas com exceção de uma vez só, logo que eu tinha tirado carta, nunca fiz coisas como arranhar o retrovisor e dar batidinhas no carro da frente ou de trás. Na verdade, nunca bati o carro. Isso me faz acreditar que não sou um caso perdido. De qualquer forma, confesso que fico preocupada em como serei quando tiver um filho, fato que obriga a gente a carregar 14 coisas ao mesmo tempo no colo, no ombro e nas costas, incluindo o bebê. Mas mais pra frente eu penso nisso.

      *   Nunca fui de ter apelidos, até porque meu nome não colabora. Quando eu era pequena, os meninos da escola e da igreja me chamavam de Lama. Eu corria atrás dos meninos da escola e batia em todos com a minha inesquecível (não só pra mim como pra vários deles) lancheira amarela dos Ursinhos Carinhosos. Eu devia ter guardado essa lancheira, acredito que ela tinha poderes sobrenaturais... Nos meninos da igreja eu batia quando possível. Quando não tinha jeito, achava que ignorar e parar de falar era uma boa medida. Evidente que nem sempre funcionava...
          Minha prima Má me chama de bicho de pé. Nunca entendi porque, mas eu deixo porque faz parte da nossa comunicação. Como forma de vingança, adotei pra ela o apelido de lagartixa.
          Durante vários anos da minha adolescência também fui chamada de draga. Acho que isso fazia algum sentido, embora eu não fique muito satisfeita ao admitir. Algumas ocasiões em especial, como as idas anuais ao esplêndido restaurante de frutos do mar da minha grande amiga Vanessa, quando eu podia comer camarão de verdade de graça, e o Natal, quando depois de esperar pelo ano todo eu finalmente podia (ainda posso) comer Chester, Tender, farofa da minha mãe e pêssego em calda até me entupir, ressaltavam mais os motivos que levaram meus amigos a me darem este apelido.      
          Desde o surgimento de “Procurando Nemo” sou chamada de Dory, também. Nunca apresentei qualquer tipo de resistência à esse apelido porque de fato ele faz muito sentido. Ganhei até uma Dory de pelúcia da minha amiga Thâmara, e gosto muito dela. No entanto, devo fazer uma observação: eu tenho memória de peixe, é fato, mas em algumas ocasiões eu tenho uma memória extreeeeeeeeemamente detalhada e precisa. Óbviamente que esse evento é imprevisível, senão eu usaria a meu favor! Mas não é nada previsível, e isso aliás até me irrita. Sinto que minha memória gosta de se juntar aos meus amigos na arte de tirar sarro de mim e por causa disso eu vivo me lembrando de certos assuntos com uma riqueza de detalhes completamente dispensável, enquanto me esqueço de outros muito mais importantes, como por exemplo, lembrar de uma combinação boa de roupa que me veio à cabeça em uma madrugada qualquer de insônia. Minha falta de memória me prejudica em várias situações: minhas amigas tem que contar as mesmas histórias de novo (nem sempre, ok, mas várias vezes)(e eu sempre JURO que nunca tinha ouvido a história), as coisas que me emprestam ficam guardadas comigo até eu receber ultimatos de devolução, às vezes me lembro de já ter assistido algum filme só quando os letreiros finais dele estão subindo na tela, já deixei roupas na máquina por 2 dias, e por aí vai...
          Por último, alguns amigos me chamam de Mandi-chorão, um peixe anti-social que solta chiados insuportáveis quando é preso, e tem 3 ferrões cobertos de substâncias tóxicas que causam muita dor em quem leva a ferroada. Francamente, ainda não consegui fazer a ponte entre esse último apelido e eu...

*   Falando em peixe, vou falar de bichos. Eu não sou uma pet-lover, não. Não tenho nada contra os bichos (exceto os cachorros, que eu não gosto mesmo), só não sou aquele tipo de pessoa que é fissurada em animal de estimação. Dizem que é porque eu nunca tive um, mas eu já tive, sim. Tive a Pompom, coelhinha grande, gorda e que comia todo o quintal da minha casa quando eu era pequena. Eu tinha medo da Pompom e tinha um comportamento bizarro que só meus irmãos sabem imitar quando ela aparecia na minha frente, mas eu gostava muito dela sim, e fiquei sentida por ela não poder se mudar pra Campinas junto com a nossa família. 
          Quando estava na faculdade, cursando a matéria sobre o Behaviorismo, cada um da minha classe teve que “adotar” um ratinho no laboratório pra aprendermos a condicionar o comportamento. Eu escolhi o Sig (de Sigmund), um ratinho albino e cego. Ninguém queria ele, só eu. Eu achava (e acho até hoje) que fui uma mãe adotiva muito dedicada e preocupada com as necessidades dele, mas um dia a professora me informou que ele havia falecido em função da obesidade. Tá certo que eu achava que ele merecia alguma espécie de compensação pelo fato de ser cego e ter portanto mais dificuldade de encontrar a comida que os outros, o que me fez colocar um pouco de comida em outros lugares da jaulinha dele que não apenas no recipiente destinado à isso, e que notei um pequeno ganho de peso nele. Mas nem acho que foi tanto assim a ponto dele se tornar obeso, não. Fiquei muito triste com o falecimento dele. 
          Alguns anos depois, quando eu trabalhava no departamento de Recursos Humanos corporativo da C&A, ganhei das minhas colegas de trabalho um peixinho. Elas diziam que quem trabalhava no RH de lá, precisava conseguir cuidar de um bicho. Algumas delas tinham um peixinho E uma planta na mesa, o que eu já considerava uma grande evolução, já que cuidar dos dois ao mesmo tempo não é nada fácil. Dei ao peixinho o nome de Frederico, e ele ficava olhando pra mim enquanto eu trabalhava. Como minha jornada era somente de 2ª a 6ª, o Frederico ficava sozinho no sábado e domingo. Isso significa que ninguém trocaria a água dele (eu fazia isso diariamente, e nem vou comentar aqui sobre as complicações de colocar um peixe num saco cheio de água e depois colocá-lo de volta no aquário sem que ele cometesse qualquer ação suicida), e principalmente, que ninguém o alimentaria nestes dias. Qualquer pessoa que tenha o mínimo de preocupação com um ser cuja responsabilidade de cuidar está com ela pensaria numa estratégia para que o peixe não morresse de fome. Procurei por funcionários que trabalhassem no final de semana, mas não encontrei. Sendo assim, comprei um potinho especial, coloquei dentro do aquário, e toda 6ª feira eu abastecia o potinho pra garantir a comida do final de semana. Um dia, cheguei para trabalhar e com muita tristeza no coração, constatei que o Frederico havia chegado a óbito. Minhas colegas me disseram que eu colocava muita comida para ele mas eu não acredito que isso seja verdade, ele apenas precisava de comida para o final de semana! Acho que elas disseram isso só pra tentar colocar peso na minha consciência. Não adiantou, porque até hoje acredito que tanto o Sig quanto o Fred faleceram de causas desconhecidas. 
          Depois de tantos traumas, decidi não ter mais bicho algum. É triste, a gente se apega e acontece isso. Agora tenho plantas na minha sacada. Elas exigem um cuidado bem parecido com o dos animais. Freqüentemente me preocupo com a necessidade de água delas. Não deve ser fácil viver de água... Eu mesma já tentei e não consegui mais do que 1 dia, por isso acho que o mínimo que eu faço é deixá-las bem abastecidas. Estou orgulhosa de mim mesma, pois em 1 ano e 3 meses, apenas 3 plantas não resistiram.  Isso significa que estou no caminho certo, e acho que nasci pra cuidar de plantas, não de bichos. Recentemente o Henrique começou a se preocupar com a alimentação das minhas plantas e simultaneamente decidiu se engajar na campanha contra a dengue. Desde então, minhas plantas não tem mais bebedouro. A parte boa é que posso dar bastante água pra elas durante o dia, porque até ele chegar em casa o piso da sacada já secou e ele nem vê o quanto eu coloquei.

     Uau! Acabei de ver que estou na 5ª página no Word! Também já (ou só, não sei...) escrevi sobre 5 lanices! Ainda tenho uma lista muito grande, que como eu acho que já disse, anotei no bloco de notas do meu celular. Ok que esse espaço, antes de ser pros outros, é pra mim, porque eu gosto de escrever. Mas sei também que muita gente, por consideração ou gentileza, passa por aqui e se dá ao trabalho de ler esses textos imensos que eu escrevo. Desta forma, decidi não ser completamente arbitrária e dar a vocês a chance de dizer se é muito chato ler sobre as minhas lanices, se eu escrevo demais, se eu deveria postar uma lanice de cada vez, ou se eu deveria escrever sobre qualquer outro assunto, menos esse. Agradeço sinceramente pelas respostas, até porque estou começando a ter aquela sensação de estar falando sozinha, que nem quando a gente grava recado em secretária eletrônica.
     
    Beijo, tchau.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Minha vida em uma música

Tenho uma ligação muito, muito forte com a música. Essa ligação não se deve somente ao fato de minha mãe ser uma pianista e regente, todos os meus irmãos serem músicos profissionais e eu mesma já ter sido uma violinista, nem ao fato da música fazer parte da minha vida, do meu cotidiano. Vai muito além disso.

Minha ligação com a música é uma ligação de alma, algo visceral. Nada, absolutamente nada me toca tão profundo, me alcança tanto, quanto a música. A música fala comigo, e eu converso com ela. A música me entende, me acolhe, me aquece, me anima, me diverte, me abraça, me alegra, me repreende, me sensibiliza, me endurece... Incontáveis vezes ela consegue contar através de suas letras os meus sentimentos, meus pensamentos, quem eu sou, do que eu preciso, do que eu gostaria. Coisas que eu mesma não consigo dizer. A música vai até o meu coração de um jeito que nada mais vai.

Muitas músicas preferidas me acompanham ao longo da vida, em diferentes fases e circunstâncias. Nunca sei dizer qual é a minha número 1 e acho que ela não existe, mesmo. No meu coração, todas as minhas preferidas podem ter o 1º lugar. Dentre elas, tem uma muito especial e eu resolvi dividir aqui. Ela vale a atenção de vocês, acreditem.

Conheci “Both Sides Now” em 2003, através da cena do filme “Love Actually” em que a personagem Karen (Emma Thompson) conclui que seu marido Harry (Alan Rickman) está traindo-a. Karen, sozinha, reflete por segundos nessa dolorida constatação e as lágrimas escorrem enquanto ela ouve a primeira canção de seu presente de Natal. Ao fundo, a voz de Joni Mitchell caracteriza perfeitamente todo o peso e a dor do momento. Logo que terminei de ver o filme, fui atrás da letra. Quando encontrei, tive a sensação de ler a minha vida e meus pensamentos sobre ela através dessa música. Foi um encontro muito forte. A interpretação de Joni Mitchell triplicou o peso desse encontro, e desde então, essa tem sido uma das músicas da minha vida. Ela tem me acompanhado por quase 8 anos, e eu gostaria muito de levá-la comigo para o resto da vida. Cada vez que escuto, cada ano, cada época, cada momento da minha vida dou um significado diferente à ela, mas sempre concordando e me surpreendendo com o quanto ela fala sobre mim.

Joni Mitchell gravou “Both Sides Now” pela primeira vez em 1969. Gravou-a novamente em 2000, e o peso dos anos vividos entre uma gravação e outra fez uma diferença brutal na interpretação da música. Cantar estas palavras aos 57 anos é muito, mas muito diferente do que fazer isso aos 26, e acredito que essa diferença tenha sido crucial pra fazer dessa regravação um conjunto perfeito de letra + melodia + interpretação. Ouvi Joni Mitchell dizer num documentário que ela se emocionou muito ao regravar esta música, que foi uma experiência muito forte. Percebo perfeitamente na voz dela que foi mesmo, e talvez esse seja apenas mais um dos motivos que fazem com que essa música me emocione tanto. 

Com vocês, portanto...


BOTH SIDES NOW
Joni Mitchell

Rows and flows of angel hair
And ice cream castles in the air
And feather canyons everywhere
I've looked at clouds that way

But now they only block the sun
They rain and they snow on everyone
So many things I would have done
But clouds got in my way

I've looked at clouds from both sides now,
From up and down, and still somehow
It's cloud illusions I recall
I really don't know clouds at all

Moons and Junes and ferries wheels
The dizzy dancing way that you feel
As every fairy tale comes real
I've looked at love that way

But now it's just another show
And you leave 'em laughing when you go
And if you care, don't let them know,
Don't give yourself away

I've looked at love from both sides now,
From give and take, and still somehow
It's love's illusions that I recall
I really don't know love
I really don’t know love at all

Tears and fears and feeling proud
To say "I love you" right out loud
Dreams and schemes and circus crowds,
I've looked at life that way

Oh but now old friends they are acting strange
And they shake their heads, and they tell me that I've changed
Well something's lost but something's gained
In living every day

I've looked at life from both sides now,
From up and down, and give and take, win and lose, and still somehow
It's life's illusions that I recall
I really don't know life at all

It's life's illusions that I recall
I really don't know life

I really don't know life at all…

domingo, 12 de dezembro de 2010

História de Amor



     "As segundas-feiras nunca mais foram as mesmas desde aquele telefonema do dia 16 de fevereiro de 2009. Uma amiga insistiu: “Lana, atende, que pode ser o seu The One...” - e era. Desde então, não menos do que 2h por dia nos falamos ao telefone durante uma semana: filmes, seriados, músicas da vida, tudo era assunto e tudo sorrisos de descoberta e encantamento. Não foi coincidência termos sido apresentados um ao outro por um amigo em comum carinhosamente apelidado de 'Sorriso'. 
     Do primeiro almoço no Seo Rosinha seguiu-se uma guerrilha implacável de mimos, flores, chocolates, pacotes gigantes de cheetos e fandangos conquistadores. Assim, em 6 de março, numa noite de estréias, Henrique pela primeira vez assistiu a um concerto da OSESP e, após uma margherita da Speranza, Lana pela primeira vez pediu alguém em namoro. 
     Dificilmente alguém já viu um casal mais conversador e companheiro do que nós, mais apaixonado por sessões intermináveis de filminhos no sofá, por descobrir juntos lugares e comidinhas diferentes assim como por repetir dias a fio o mesmo menu de pizza. Nosso primeiro passeio foi pra São Roque, com direito a picolé de mãos dadas e centenas de fotos repetidas; em seguida veio Campos do Jordão (levada de surpresa), onde vasinhos de flores foram a primeira compra para nossa futura casa, assim como um chapeuzinho vermelho prometido pro próximo passeio: nossa lua-de-mel em Paris. 
     Já devem ter imaginado: foi assim que, numa noite estrelada de 22 de agosto no Terraço Itália, Henrique se ajoelhou para pedir a mão de Lana em casamento, e os sorrisos nunca mais foram embora."


[12/12/2009 = 1 ano hoje!]



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sentindo falta

     
     Uau, quanto tempo faz desde a última vez que postei...Mais de 4 meses...
    
     Sinto falta de escrever aqui. Não que eu postasse com freqüência ou já estivesse muito acostumada, pelo contrário: o blog é novo, vocês sabem. Mas como eu contei no primeiro post, já fazia tempo que eu tinha vontade de ter um blog, de escrever com mais freqüência (sempre gostei de escrever mas perdi consideravelmente a prática nos últimos anos...), e demorou muito tempo até eu fazer o meu. Quando finalmente fiz, o tempo pra escrever nele foi-se embora. Acho mais justo, portanto, dizer que eu sinto falta de escrever as coisas que não estou escrevendo, se é que alguém consegue me entender...
    
     De modo geral, o tempo em que vivo ultimamente tem sido um tempo de sentir falta. Não diria que estou saudosista porque não se trata de recordações do passado, não. A falta que sinto é a falta de coisas que no momento não posso fazer, não posso pensar, não posso procurar, não posso falar, não posso viver, não posso curtir, não posso sonhar.

     Ainda assim, continuo crendo na existência do tempo para todas as coisas e tentando manter a minha esperança de que o socorro virá. E quando eu digo que continuo crendo, não tem aí hipocrisia nenhuma e nem muito menos a intenção de ter aquela postura de que "nada abala a minha fé pque eu SEMPRE estou crendo". Admiro não quem fala que é assim, mas quem não precisa falar e simplesmente É, simplesmente crê sempre, acima de tudo. Mas eu não sou assim, não...Sinto que às vezes minha já pequena fé fica menor ainda, quase invisível, e o tamanho da minha esperança fica tãããão menor que eu tenho a impressão de que ela não vai servir pra nada...

     Daí entra minha "santa" mãe na história e me manda esse lembrete hoje:

Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar. 1 Coríntios 10:13

     Junto com o lembrete, ela mandou também um vídeo muito bonitinho. Não sei quem aqui lembra ou conhece essa música (em português), mas eu ouvi muuuuuuuito meus pais cantarem pra mim em vários momentos da minha vida e fiquei emocionada de ouví-la hoje, em especial (confesso que não me lembrava mais dela...).


      
      Até o próximo post, que espero eu, não leve tanto tempo pra vir!

P.S. Nossa, é muito gostoso esse negócio de comentários das pessoas, né? Só agora eu entendo quando pessoas agradeciam o carinho de outros através dos seus blogs...Mesmo fazendo 4 meses que eu não posto nada, semana passada chegou no meu e-mail um comentário super bonitinho deixado por uma pessoa aqui que eu nem conheço. Achei tão legal...




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