terça-feira, 3 de agosto de 2010

Comemorando o início de tudo


Coincidentemente ou não, meu primeiro post propriamente dito é pra falar de uma data muito especial referente às minhas origens: os 45 anos de casados do meu pai e da minha mãe.

Eu podia ficar um tempão aqui contando de todas as minhas fases da vida em relação a eles, especialmente as mais difíceis e bizarras, como a fase em que eu era revoltada com tudo que eles eram e faziam, ou quando eu tinha vergonha de ter que pedir tudo pros dois, ou quando eu tinha certeza de que não precisava deles pra nada. Tudo bobagem. Fases da vida, mas bobagem. Prefiro falar do que eles são hoje pra mim: motivo de muito orgulho, uma referência do que é ser um cristão íntegro (cá entre nós: é cada vez mais RARO podermos definir um cristão com essa palavra, integridade...), um exemplo de dedicação incondicional às coisas de Deus e um modelo de casamento, de amor que pra mim parece utópico, impossível, mas que é real na vida deles, que muito me influenciou em todos os valores que tenho hoje sobre família, e que é hoje uma das maiores fontes de aprendizado pro meu próprio casamento. Eu sinto muito por todos os anos em que não soube reconhecer todas estas coisas neles, e às vezes penso até se não reconheço demais hoje em dia. Não, não é que eu ache que eles são perfeitos. Eles são pessoas, e como pessoas erram e erraram muito; são pais, e como pais erraram muito. Mas hoje eu acho que as coisas que eles têm de bom são tão, mas tão importantes, e infelizmente tão incomuns, que eu confesso que eu falo deles com o olho cheio d’água, de tão privilegiada e abençoada que sinto por tê-los como meus pais. Volta e meia alguém me diz: “Seu pai/sua mãe vale ouro, você não tem idéia...”. Hoje eu tenho idéia, sim. Valem muito mais que isso, aliás...

Nossa família nem sempre pode estar reunida pois moramos em cidades diferentes. A última vez em que estivemos todos juntos foi em 2006, quando meu irmão mais velho Marconi e minha cunhada Míriam, que moravam em Goiânia, passaram em Campinas pra nos despedirmos pois eles estavam indo morar nos Estados Unidos. Desde então, conseguimos estar todos juntos somente quando meu irmão Benoni, cunhada Mirtes, princesas Cacá e Lulu, eu e meu maridinho Henrique vamos todos pra Campinas, já que moramos em São Paulo. Às vezes só a família do Beno pode ir, às vezes só a nossa. E ainda tem que coincidir do meu irmão Ernani, o mais novo, não ter que tocar em nenhum lugar. Portanto, nem sempre dá. E eu, particularmente, gosto demais de quando estamos todos juntos, mesmo faltando o pedaço da família que está nos EUA. Os anos têm melhorado nossa convivência, e é cada vez mais agradável estarmos em família. No final do ano, o sábado anterior ao meu casamento foi um dia que me marcou muito: ficamos horas e horas espalhados pela sala, todos nós. Contamos histórias, falamos do casamento, o Erni tocou com o Beno a música que ele havia feito pra minha entrada pela 1ª vez, e ficamos ali, emocionados e juntos. Até as meninas, que às vezes são naturalmente irrequietas, ficaram sentadinhas no sofá ali conosco. Momentos que a gente sabe que nunca vai esquecer.

Esse final de semana, mais especificamente o sábado à noite, foi bem parecido com aquele sábado. Meu pai havia pedido que nos arrumássemos e estivéssemos todos na sala às 18h30. Minha mãe, como sempre faz quando vai sair com meu pai pra comemorar alguma coisa, ficou me pedindo sugestão de roupas, de brinco, de sapato...muito bonitinha. Um casal de amigos lembrou do aniversário de casamento deles, resolveu dar uma passada pra cumprimentá-los e chegou quase em cima da hora. Casa de pastor não tem jeito, sempre rola uma visita...Mas acabou dando tempo, e a parte boa é que eles puderam tirar uma foto de todos nós! Depois que eles foram embora, ficamos todos ali na sala e meu pai queria nos contar com detalhes todo o começo da história deles. É claro que a gente já ouviu e já ouviu várias vezes, mas ele tava com uma carinha tão feliz, querendo tanto contar e relembrar, que não tinha como não ficarmos ali de bom grado, ouvindo novamente e curtindo o momento. Depois, meu pai queria que meus irmãos tocassem uma música de casamento. Ele escolheu “Pompa e Circunstância”, uma música antiga de casamento que eu nem sei mais se é tocada hoje ainda...Mas foi muito gostoso vê-los tocando, eu gosto muito quando isso acontece. Coloquei até um vídeozinho pra vocês verem. É um privilégio ter uma família de músicos, e a música sempre faz parte dos nossos momentos mais especiais. Depois, fomos todos à uma cantina que gostamos muito, Fellini. Comemos uma ótima comida, demos risada, cantamos “Parabéns” quando todos os garçons vieram cantando e trazendo um bolo de surpresa que a casa ofereceu, e encerramos a noite comendo um outro bolo delicioso de pão-de-ló, morangos e chantilly (de verdade) que minha mãe havia feito e as princesas enfeitaram. Tudo junto, tudo em família, a nossa família Trapo.

Parabéns aos meus pais, que viveram e vivem um casamento tão bonito, forte e admirável. Parabéns por deixarem o exemplo falar mais alto que as palavras, e através desse exemplo terem criado em mim a certeza de que sim, é possível ser muito feliz com a pessoa que a gente ama!

(pra completar a homenagem e a comemoração, fiz esse post comendo mais do bolo!)


Obs.: Vamos lembrar que embora eu ame fotografia, este não é um blog de fotografia nem muito menos de uma fotógrafa. As fotos que coloquei são só uma forma de contar em imagens o que escrevi, e neste caso sei que nem estão tão boas, porque a luz lá da sala dos meus pais é bem complicada. Por isso, quem quiser ver fotos bem tiradas é só entrar em um dos vários blogs bons que eu sigo! Rsrs...














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