sábado, 30 de abril de 2011

O dia em que eu também fui uma princesa

     Como eu disse no post anterior, eu de fato acompanhei o máximo de coisas que consegui a respeito do casamento real. Acho que é sim um encanto pessoal meu ver acontecendo de verdade, na vida real, o sonho mais lindo dos contos de fada: a união da princesa e do príncipe. Sinceramente eu achei tudo LINDO, impecável. Fiquei muito grata por poder assistir e acompanhar tudo em alta resolução e no conforto e calor do meu sofá, do meu pijama e da minha cobertinha. Melhor, não poderia ser. Como eu disse ontem, não tenho vocação pra ser figurante e ficar em pé no meio de uma multidão sendo espremida, passando frio, sem enxergar nada, só pra ver a cabeça de um cavalo ou uma roda da carruagem passar. Mas ainda bem que existe ao menos 1 milhão de pessoas que NÃO pensam como eu! Do contrário, o evento certamente teria perdido um grande fator de emoção, que é a comoção e mobilização popular.

     Mas meu post não é pra discutir ou encher as linhas com minhas opiniões sobre vestidos, chapéus, fascinators, e por aí vai...Quem quiser saber minha opinião especificamente sobre alguma coisa, que me pergunte. Como disse acima, minha opinião no geral é que foi tudo per-fei-to. Tive a sensação de ter acordado depois de ter sonhado com um conto de fadas. Mas no meio desse meu deslumbramento todo, teve algo muito especial que me marcou e me emocionou.

     Quando comecei os preparativos para o meu casamento, desde o começo fiz questão de deixar muito claro para os meus pais que o casamento era meu e não deles, e que, portanto, as opiniões e decisões que prevaleceriam seriam sempre as minhas. Sábios como eles são, não perderam tempo discutindo comigo sobre isso. Porém não deixavam também de expressar suas opiniões e gostos a cada passo que era tomado, sempre deixando claro suas preferências e desejos. Graças a Deus no meio do caminho eu fui me dando conta de algumas coisas, e muito felizmente pude mudar minha atitude a tempo, ao invés de ter ficado apenas com o arrependimento se percebesse estas coisas após o casamento já ter acontecido. E do que eu me dei conta? Simples: me dei conta de que o casamento não era só meu e do Henrique, não. O casamento era sim dos meus pais e dos pais dele, também. Sim, eles já tiveram a oportunidade de fazer o casamento deles do jeito deles, mas casar um filho, “entregá-lo” para o seu cônjuge e deixá-lo ir para começar uma nova família é outra coisa. Eu sei que não existe uma escala de maior ou menor importância entre casar um filho ou uma filha, mas acredito que no processo de organização do casamento nos meses que o antecedem, o envolvimento e a emoção da família da noiva são diferentes, sim. No meu caso, que sou a única mulher de 3 irmãos e a caçula, isso era evidente. Meus pais já haviam casado todos os meus irmãos. Mas agora, ser o pai da noiva e a mãe da noiva era de fato muito diferente pra eles. Falo sem vergonha alguma que fui uma mulher criada para casar, e que portanto, o meu casamento seria o ápice da minha vida. Seria, para os meus pais, o final de uma jornada que durou 29 anos e que envolveu não só toda a minha educação, disciplina, formação de valores e dedicação da parte deles para que eu me tornasse uma mulher decente, mas envolveu também, desde minhas primeiras horas de vida, um sonho deles. Muito antes de eu saber o que era casamento e entender o significado disso, eles já sonhavam com este momento. Muito antes de eu entender o que era amor, companheirismo, dividir a vida com o outro, eles através da educação que me davam já me preparavam pra um dia entender as coisas como eu entendo hoje. Portanto, é muito justo dizer que o meu casamento era pra eles uma realização tão grande quanto a minha, senão até maior, já que eles começaram a sonhar com esse dia muito antes que eu. Meu pai nunca escondeu de mim o sonho que tinha de me conduzir pela igreja. Minha mãe começou a fazer meu enxoval quando eu tinha por volta de uns 12 anos, quando eu sequer sabia o que era isso. E agora chegava eu, do topo da minha arrogância, e dizia que o sonho era meu e não deles? MUITO errado, muuuuuuuito...

     Entender tudo isso enquanto os preparativos ainda aconteciam foi fundamental e é algo do qual eu me alegro muito, pois a partir daí tudo passou a ter um significado completamente diferente para nós três (eu, meu pai e minha mãe). Nos últimos meses, a maneira de nos tratarmos e o clima que pairava em nossa casa eram completamente novos, únicos. Quantas e quantas vezes, após ir ao quarto deles para dar boa noite, eu voltava para o meu sem conseguir segurar as lágrimas. Eu nunca contei isso, mas um dia, voltando do meu trabalho em São Paulo, quando fui chegando perto de casa eu parei o carro na frente de uma casa e chorei, chorei... Poderia ficar horas aqui contando sobre os momentos em que precisei disfarçar meus olhos e nariz vermelhos, e sobre os que eu também fiz de conta que não estava vendo um olhinho vermelho aqui, uma fungadinha ali. Eu sentia uma saudade antecipada, um misto de alegria com aperto no coração por deixá-los, um arrependimento de pensar que tantas coisas poderiam ter sido diferentes entre a gente, uma tristeza por ter reconhecido neles alguns méritos que deveriam ter sido reconhecidos por toda a minha vida e nunca deveriam ter sido questionados... Enfim, foi um tempo alegre mas sobretudo envolto em muita, muita emoção à flor da pele.

     Mas o que eu quero contar é que eu tomei uma decisão muito importante ao pensar e refletir sobre todas estas coisas: após ter entendido o QUANTO esse momento significaria pra eles, eu decidi conscientemente fazer tudo que estivesse ao meu alcance para que eles pudessem participar ao máximo. Eu queria que minha mãe tivesse todas as sensações de uma mãe de noiva. Eu queria que meu pai tivesse toda a emoção e aperto no coração de um pai de noiva. E pra que isso acontecesse, eu fiz questão de dividir tudo que estava acontecendo, cada detalhe, e de deixá-los opinarem em todas as decisões e escolhas que eu e o Henrique fazíamos. Uma outra hora posso falar melhor sobre esse assunto se alguém quiser, mas hoje estou escrevendo esse texto pra falar em especial de uma decisão que eu tomei e de duas escolhas que meu pai fez que mexeram muito comigo  ao assistir o casamento real ontem.  

     Minha decisão foi ter escolhido meu pai para fazer a parte das alianças e da benção. Como vocês sabem meu pai é pastor, e pra todo mundo pode parecer óbvio que meu pai participasse como pastor, mas pra mim não era. Durante muitos anos da minha adolescência, ao sofrer com alguns infortúnios que uma filha de pastor sofre, eu dizia repetidamente que no meu casamento eu queria meu PAI ali, não o pr. Marcílio que por acaso também é meu pai. Não acho que eu estava de todo errada. Ter que dividir meu pai (e minha mãe também) ao longo de toda a minha vida com a igreja, com as necessidades das pessoas que a freqüentavam e com o papel de líder que ele exercia não foi nada fácil. Como eu dizia, minha mãe escolheu ser esposa de pastor mas eu não escolhi ser filha, portanto era difícil entender porque eu deveria passar e viver determinadas situações, sofrer algumas pressões e ser tão exposta como eu era no meio que eu convivia. Mas na época do casamento, pensando em como eu gostaria que fosse a ordem do culto e no quanto eu estava buscando que cada coisa, cada momento tivessem significados muito especiais pra mim e pro Henrique ao invés de simplesmente seguirem o costume do momento (eu odiava e continuo odiando com todas as minhas forças a frase “Ah, é assim que costumam fazer...” pra qualquer parte do casamento), me dei conta de que ter diante de nós dois o MEU PAI para conduzir os dois momentos mais importantes da cerimônia era um presente ENORME, tinha um significado IMENSO, era um privilégio, uma BENÇÃO sem tamanho!!  Me dei conta do QUANTO seria emocionante para ele viver as sensações de um simples pai de noiva que sonhou em entrar com sua filha na igreja e agora teria que entregá-la para um rapaz, e ao mesmo tempo ter autoridade diante de Deus e das pessoas para conduzir o momento mais sério e importante da cerimônia que é o momento do compromisso, das promessas que faríamos um ao outro diante de Deus e de todos, seguidas pela troca de alianças. Aliás, para quem não sabe, nossas alianças são uma réplica exata das alianças dos meus pais. Este foi um pedido meu para o Henrique, como forma de simbolizar a extrema admiração que tenho pelo casamento dos meus pais e meu enorme desejo de aprender com eles e através deles como ter um casamento completamente feliz, sólido, bem estruturado e maduro como eles tem. E, para encerrar a cerimônia, nos ajoelharíamos e teríamos acima de nossas cabeças as mãos de um homem escolhido por Deus para ser referência de vida cristã, um homem que dedica todos os aspectos da sua vida para servir a Deus e ao próximo,  um homem a quem Deus deu a responsabilidade de ser líder, de ser um pastor de ovelhas,  um homem que honra essa missão recebida com uma integridade que nunca encontrei igual, e estas mesmas mãos seriam também as mãos de quem me gerou, do pai que me criou, me educou, me ensinou, me corrigiu, mas sobretudo que sempre me amou com o maior amor de pai do mundo todo e que pediu a Deus por tantos anos o privilégio de ver este momento tão importante na minha vida acontecer.  Nunca terei como explicar para vocês o que de fato eu senti na hora do casamento, e o quão feliz eu sou por ter feito essa escolha. Sou conhecida por as vezes ser exagerada, mas não é exagero algum da minha parte dizer que o momento em que ele chegou na nossa frente, enquanto meu irmão tocava ao fundo uma música extremamente significativa cuja letra fala do Deus de promessas que faz nossos olhos verem o impossível acontecer, foi o momento mais emocionante de toda a minha vida. O primeiro a chegar na nossa frente foi o Marcílio pai. O pai que estava com os olhos vermelhos e pequenininhos, sinais que seu corpo dá quando seu coração transborda de emoção, o pai que pela primeira vez na vida eu vi gaguejar/titubear nas primeiras palavras que deu, o pai que desejou e sonhou TANTO com este momento como eu sei que ele sonhou. Rapidamente, no entanto, ele se recompôs e ali na nossa frente falou o pr. Marcílio, servo de Deus fiel e respeitado, que foi a testemunha mais próxima do compromisso que assumimos diante de Deus e de todos, a quem Deus deu autoridade para nos declarar marido e mulher , e cujas mãos sobre nós representaram a benção e aprovação de Deus na nossa união.

     As duas escolhas que meu pai fez foram menores, mas igualmente cheias de significado. Perguntei como ele gostaria de entrar na igreja comigo, e sua resposta imediata foi: “Com você ao meu lado esquerdo, meu braço esquerdo levantado simbolizando o lado do coração, e sua mão sobre a minha simbolizando proteção, cuidado.”. Perguntei também se ele preferia que repetíssemos os votos, ou se ele gostaria de falar os votos e nós responderíamos apenas o “Sim”. Ele escolheu a segunda opção, e assim fizemos. Ontem, ao assistir ao casamento real, confesso que meu coração pulou pela boca quando vi a forma como Kate Middleton entrou na igreja com seu pai. Não sabia que era um costume britânico, mas também achei lindo o fato dele permanecer ao lado dela durante toda a cerimônia, simbolizando o pai entregando sua filha.

     O meu pai nunca teve a vida que o Sr. Middleton tem. Ele nasceu e foi criado na roça, numa família de origem extremamente simples.  Meu pai nunca teve lições sobre etiqueta e protocolos, quanto mais da realeza. Meu pai nunca foi instruído de que essa ou aquela forma eram as mais elegantes de se conduzir uma filha ao altar. Meu pai nunca participou de um evento que tivesse um décimo da importância do evento de ontem. Meu pai não recebeu ordens do cerimonial sobre o que e como fazer. Meu pai apenas escolheu o que achava mais bonito, o que pra ele seria mais significativo, o que o deixaria feliz. Sem saber, naquele dia meu pai foi um verdadeiro rei com toda a pompa e autoridade que um rei possui, e fez de mim uma princesa real cujo casamento teve protocolos dos mais nobres, e cuja história teve um final muito, mas muito feliz ao lado do meu príncipe. 









segunda-feira, 25 de abril de 2011

Então, né...

(eu pensando em como começar um post, depois de 1 mês e uns tantos dias sem escrever aqui......
melhor pular aquela parte de pedir desculpa, de prometer que vou mudar, etc, né?
ok. desse jeito ninguém se sente enganado com minhas falsas promessas - inclusive eu.)

     O assunto de hoje é o mesmo do post anterior, e meu objetivo é continuar falando sobre ele por um tempo: minhas lanices. Contei pra vocês que comecei a fazer uma lista no meu celular cada vez que lembro de uma lanice, né? Pois é. A lista já está no número 64. Sério, 64 lanices! Se eu falar de umas 3 por post, já tenho assunto garantido pra mais de 20 posts. Não um seguido do outro né, senão fica mega boring, mas ainda tenho mui-to assunto antes de fechar meu blog.
     Bom, vamo lá...

     * Tudo que eu faço tem que ter uma introdução. Não sei por quê... Pra contar uma história, pedir um favor, explicar alguma coisa, e claro, começar um post, podem reparar: eu sempre tenho que dar um “overview” da situação antes. Pra que, né? Não tem necessidade! Vai entender (e se vc conseguir, me conta)...

     * Meu marido anda dizendo por aí que eu estou obcecada pelo casamento real. Calúnia e difamação isso, a verdade não é exatamente essa. É LÓGICO que eu estou interessada no casamento real! Quantas vezes na vida a gente tem a chance de ver conto de fadas de verdade? Melhor que isso, quantas vezes na vida a gente tem a chance não só de ver o casamento de um príncipe, mas de contar com o serviço de todas as emissoras correndo pra divulgar alguma notícia nova que as outras ainda não tenham divulgado a cada minuto? Adoro, é fantástico! Eles fazem o trabalho deles e eu garanto que faço o meu direitinho: sentar no sofá com Chee-tos requeijão e me divertir. E já entrei com o protocolo de 3 vias e estou esperando sair a assinatura e o carimbo do aval pra dormir no sofá de 5ª pra 6ª. 

     *Quero dar minha opinião sobre a Kate Middleton. SIM, é, MAIS UM ser na face da Terra emitindo comentários sobre o assunto. Mas é que aqui eu falo uma vez só e todo mundo fica sabendo minha opinião... Não é ótimo? Ter um blog ajuda quem tem preguiça verbal! E minha opinião sobre ela é: pouco me importa se ela tinha ou não tinha pôster do príncipe William na parede qdo era criança, assim como também pouco me importa se os pais dela de fato a matricularam na tal universidade pra que ela caísse matando em cima do príncipe. Temos que analisar os fatos, e contra fatos não há argumentos (adoro essa frase): ela tem todo o mérito da coisa, vai... Gente, vamos combinar que chamar a atenção de um príncipe qualquer, mesmo se ele fosse um ogro, não é pra qualquer uma (eu, particularmente, achava ele bonito quando ele tinha cabelo. O cabelo se foi e eu passei a achar ele ok, nada mais.). Imaginem o TANTO de mulher que já passou na frente desse homem, inclusive e principalmente qdo ele tava na facu, com a imprensa tendo a decência de deixar o moleque viver em paz... Sério, se nós meros mortais andamos nas ruas e vemos mulheres irritantemente perfeitas e lindas, IMAGINEM um príncipe? (P.S. desculpa interromper o assunto, mas O QUE É A ABERTURA/FECHAMENTO DESSA NOVELA ‘MORDE & ASSOPRA’?? A que ponto a TV brasileira chegou, minha gente?? NÃO, né?) Voltando: eu acho que a Kate tem sim o mérito de ter conquistado o príncipe, sim. Isso pra mim é fato. É fato também que quando ele terminou com ela, ela mandou o recado que toda mulher gostaria de dar de forma digna (que não envolva SMSs, ligações de madrugada, e-mails enormes e inconvenientes descrevendo seu sofrimento, etc) qdo um ex termina com ela: “Olha o que vc perdeu, mané!”. Só tem uma pequena diferença entre ela e o resto das mulheres: ela teve só a imprensa mundial pra mandar o recado pra ele. Só isso. Se ela que é inglesa, contida, discreta, blá, blá, blá, fico só imaginando o que aconteceria com a imprensa mundial a serviço de certas mulheres... Bom, deixa pra lá. Por último, quero falar que acho que ela se veste super bem, acho que ela é linda e clássica, escolhe muito bem as combinações que usa, ainda não deu nenhuma gafe (ok que achei o vestido do noivado meio ‘blah’, mas gafe não foi) e ainda tem um nome lindo e super forte: Catherine Elizabeth. Se com esse nome ela não conseguir ser rainha, não quero nem pensar no que “Lana Rubia” pode fazer por mim...

     Chega, por hoje é só. Daqui pra frente os posts vão ser assim, curtinhos mesmo – ou não!


P.S.: Preciso agradecer os comentários que vcs deixam aqui. Leio todos, às vezes demoro a autorizar pque eu esqueço (post anterior, Dory, lembram?), mas queria dizer que eles são muito especiais, e acreditem ou não: sempre chegam em horas especiais, também. Sério. Muito, muito obrigada pelo carinho de vocês!

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